"E VÓS SENHOR PORQUE LHES DAIS TANTA DOR PORQUE PADECEM ASSIM, E UMA INFINITA TRISTEZA CAI EM MIM, FICA EM MIM PRESA..."
Esta frase faz parte do conhecido poema de Augusto Gil "Batem levem" e creio que pode introduzir bem o quanto sofremos quando deparamos com mais uma notícia de uma criança que desapareceu. E desaparecem muitas todos os dias.
Quando vemos essas notícias temos logo a exclamação" Oh, Meu Deus, se me acontecesse a mim nem sei o que faria!". Sim o que faríamos? Nada, acho que nada, um nada feito de tudo o que o nosso coração, mais do que a razão, nos mandasse.
Correriamos à procura do nosso/a filho/a, choraríamos, ficaríamos sem voz de tanto gritar o seu nome, vasculharíamos os cantos mais escuros e ermos, interrogarmo-nos -iamos sobre a nossa actuação como pais, e por fim, quando o nada de tudo se instalasse, esperaríamos, sobressaltando-nos a um toque do telefone ou da campaínha. Talvez até fechassemos a sete chaves os nossos outros filhos, ou passassemos a redobrar os cuidados com eles. Mas esperaríamos, com dor e desespero, mas acima de tudo, com a esperança que o fruto do nosso ventre voltasse são e salvo. Rogaríamos a Deus, mesmo que fossemos agnósticos, para que, estivesse onde estivesse, estivesse vivo. Apenas isso, vivo.
E se a espera se transformasse em dias, os dias em semanas, as semanas em meses, os meses em anos, continuaríamos vivendo, de depressão em depressão, mas sempre com esperança.
Muitas vezes ouço dizer que as crianças não deviam ter telemoveis, que deviam ir para a escola nos transportes públicos, ou a pé, porque no nosso tempo assim o fizemos, e no tempo dos nosos filhos , que hoje têm 30 ou mais anos, também assim se fez. È verdade.
Mas vale a pena arriscar, neste mundo louco, em nome de valores que se degradaram?
Não sei responder como avó, nem como educadora, nem como mulher. Apenas sei dizer que, como muitos, o pânico se apoderou de mim e lá vou levar e buscar os meus netos à escola e ao infantário, e até lhes dei um telemóvel, e me redobro em conselhos que quase os fazem dormir,por serem tão repetitivos.
Entre a utopia e a realidade, optei pela realidade, por mais dolorosa que me seja, por mais contrária que a sinta em relação aos meus ideais.
As estatísticas falam por si, as notícias falam por si, como fechar os olhos, os ouvidos, o coração?
Pobres crianças do século XXI! Como é dificil ser criança neste tempo tão avançado tecnologicamente e tão maléfico!
A todos os pais e a todas as mães ,que estão a viver esta terrivel situação, endereço a minha solidariedade no desgosto e na esperança e também na revolta, na emoção violenta de fazer justiça, seja de que maneira for.
E às crianças desaparecidas apenas desejo "QUE ESTEJAM VIVAS", pois enquanto há vida há esperança, e esta é sempre a última a morrer.
Importa à sociedade e ao Estado, que a representa, imporem penas mais pesadas e severas para todos aqueles que perpetuam o crime hediondo de "Roubarem" crianças, para fins que nem os adultos sabem explicar.
(artigo escrito pela granny - uma avó como qualquer outra)
. " AS MULHERES DE CERTA ID...
. "A FELICIDADE EXIGE VALEN...
. RECOMEÇAR OU NÃO... EIS A...
. " AS MULHERES CELTAS - UM...
. " LIVE EARTH"- UM CONTRIB...
. " UM POEMA DE PAIXÃO...OU...
. " GENERATION GAP" ou "ENT...
. RECOMEÇAR OU NÃO... EIS A...
. "O DIA DAS CRIANÇAS DESAP...
. "VIOLENCIA CONTRA AS MULH...